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Concreto

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Concreto:
arma de construção em massa do capitalismo
Autor: Anselm Jappe
Tradução: Robson de Oliveira
Edição: Tadeu Breda & Luiza Brandino
Assistência de edição: Érika Nogueira Vieira
Preparação: Willian Vieira
Revisão: Eduarda Rimi & Laila Guilherme
Ilustrações: breno
Direção de arte & projeto gráfico: Bianca Oliveira
Diagramação: Daniela Miwa Taira
Assistência de arte: Yana Parente
Lançamento: julho de 2025
Páginas: 184
Dimensões: 13,5 x 21 cm
ISBN: 9786560080812

Descrição

Anselm Jappe decidiu colocar no papel as reflexões que deram origem a este livro em 2018, após o desmoronamento de um famoso viaduto na Itália, construído em concreto armado. Antes que essa obra inaugurada em 1967 viesse abaixo, porém, o estado deplorável da cidade administrativa de Chandigarh, na Índia, inaugurada nos anos 1950, já havia instigado o pensamento de Jappe sobre o uso e o abuso do material que se tornou a estrela da construção civil em todo o mundo no século XX — e assim continua —, fazendo a fama de arquitetos celebridades enquanto espalha pelo mundo feiura e edificações de vida útil curtíssima, ignorando as realidades locais e contribuindo para a degradação do meio ambiente. “O concreto constitui um dos lados concretos da abstração mercantil produzida pelo valor, que é, ele próprio, criado pelo trabalho abstrato”, escreve. “Não se trata de um dito gracioso com base num jogo de palavras. Esse material aparentemente inofensivo pode realmente ser considerado o lado concreto da abstração capitalista?”

 

***

 

Ao evocar o concreto, falamos inevitavelmente da arquitetura moderna — do século XX — e de seus protagonistas, mas também do funcionalismo e do urbanismo, e enfim da cidade contemporânea. Por outro lado, um certo número de discursos também trata das arquiteturas tradicionais e de seus contextos sociais. Em suma, um vasto campo se abre para a reflexão. […]

O concreto armado conheceu um impulso espetacular, pelo menos no mundo ocidental, entre os anos 1950 e 1970. Assim, que futuro é possível entrever para boa parte de nosso ambiente construído? […]

Será que o concreto mantém relações com o capitalismo para além da questão da expansão dos lucros de alguns, chegando a ponto de ser a perfeita materialização da lógica do valor mercantil? Esse material aparentemente inofensivo, que os ingleses chamam de “concrete” e os espanhóis, assim como os brasileiros, de “concreto”, pode realmente ser considerado o lado concreto da abstração capitalista? Nesse caso, veremos que o “sujeito automático” da valorização do valor tem um poder muito mais destruidor do que todos os maus engenheiros e todos os acionários ávidos juntos. […]

Além da questão de saber qual lógica histórica tornou possível a existência do concreto, convém também se perguntar sobre aquilo que o concreto tornou possível. Logo, a crítica desse material poderá se estender para uma crítica da arquitetura dita “moderna” e também do urbanismo contemporâneo, interessando-se não apenas pelo uso do espaço, mas também pelo conjunto dos materiais empregados. A justificativa corrente, segundo a qual “sem concreto a arquitetura moderna não teria sido possível”, deve ser revertida em ato de acusação. É evidentemente impossível separar considerações sobre o concreto armado de um discurso mais global sobre a arquitetura moderna, isto é, a arquitetura dos séculos XX e XXI. Daí o interesse de lançar aqui alguma luz sobre a arquitetura moderna em geral, apesar da vastidão do assunto. Sem esquecer que o concreto não é o único fator questionado — danos terríveis são imputados a outros materiais, como os tijolos furados que se encontram especialmente nas “autoconstruções” atuais. Com muita frequência se criticou — basta lembrar os nomes de Henri Lefebvre e David Harvey — a gestão capitalista do espaço e a injustiça social resultante. Em contrapartida, quase nunca se evoca a questão dos materiais utilizados. É por isso que vamos nos concentrar nela.

— Anselm Jappe

 

SOBRE O AUTOR

Anselm Jappe nasceu em Bonn, na Alemanha, em 1952. É professor de filosofia na Academia de Belas Artes de Roma e na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, com passagens por várias universidades europeias e estadunidenses. É um dos principais teóricos da crítica do valor, autor de A sociedade autofágica: capitalismo, desmesura e autodestruição (Elefante, 2021), Crédito à morte: a decomposição do capitalismo e suas críticas (Hedra, 2013), Uma conspiração permanente contra o mundo (Antígona, 2014), As aventuras da mercadoria: para uma nova crítica do valor (Antígona, 2006), entre outros, e coautor de Capitalismo em quarentena: notas sobre a crise global (Elefante, 2020).