O decênio decisivo

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O decênio decisivo:
propostas para uma política de sobrevivência
Autor: Luiz Marques
Apoio: Coletivo 660 / Ação Educativa
Edição: Tadeu Breda
Assistência de edição: Luiza Brandino
Preparação: Fábio Fujita
Revisão: Laila Guilherme
Capa & projeto gráfico: Bianca Oliveira
Diagramação: Victor Prado
Lançamento: abril de 2023
Páginas: 624
Dimensões: 15,5 x 23 cm
ISBN: 9788593115844

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Descrição

O decênio decisivo reúne, com grande rigor científico, uma quantidade imensa de dados que estão na fronteira do conhecimento acerca dos impactos das mudanças climáticas sobre a vida na Terra, apontando o futuro excruciante que virá caso não rompamos com os pilares do capitalismo contemporâneo, e elencando as possibilidades de ação imediata para evitar que a catástrofe seja ainda maior. Da leitura, depreende-se que o momento presente é o mais crucial de nossa história como espécie, pois é agora que decidiremos, coletivamente, as chances de sobrevivência do projeto humano.

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As análises e propostas contidas neste livro basearam-se em dados, projeções e acontecimentos observados até setembro de 2022, quando texto, gráficos e tabelas começaram a ser revistos e diagramados pela equipe da Elefante. Os fatos transcorridos desde então apenas reforçam a tese central deste livro, amplamente compartilhada, de resto, pela ciência e pelo simples bom senso: vivemos o último decênio em que mudanças estruturais em nossas sociedades podem ainda atenuar significativamente os impactos do processo de colapso socioambiental em curso. […]

Dadas essas constatações e projeções, a motivação para escrever este livro nasce de duas apostas otimistas. A primeira é que os anos decisivos para evitar esses cenários futuros extremos ainda estão diante de nós. São os anos do decênio em curso, razão do título deste livro. Em outras palavras, ainda não seria tarde demais para evitar o pior. A segunda aposta, não menos otimista, é que seremos capazes de agir individual e politicamente ao longo deste decênio, com a radicalidade requerida para reverter o que ainda pode ser revertido, mitigar o que ainda pode ser mitigado e, com isso, aumentar significativamente nossas chances de adaptação aos impactos vindouros do aquecimento global, do empobrecimento da biodiversidade e da intoxicação dos organismos pela poluição químico-industrial.

Essas duas apostas baseiam-se numa condição sine qua non: a de que seremos capazes de construir um projeto social pós-capitalista, centrado na exigência do encontro da diminuição das desigualdades sociais com a diminuição das pressões antrópicas sobre o sistema Terra. Um programa político baseado nessa exigência não é só factível, mas é também o único possível se quisermos sobreviver como sociedades e, no limite, como espécie. Esse é o sentido do subtítulo deste livro: propostas para uma política de sobrevivência. Estas páginas se pretendem, portanto, como um chamado à radicalidade da ação política socioambiental, e sua ambição maior é suscitar ou enfatizar o senso de máxima urgência exigido por este decênio decisivo.

— Luiz Marques, no Prefácio

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A importantíssima narrativa do professor Luiz Marques sintetiza, articula, explica e amplifica, com a força de argumentos muito bem construídos, os extensos diagnósticos e prognósticos científicos. Mas é muito mais que uma competente recapitulação da ciência. O autor constrói e utiliza um macroscópio simplificador analítico, para com este nos fazer compreender o tamanho da encrenca planetária em que nos metemos. Diante de ameaças por todos os lados e de desastres múltiplos, a busca de saídas torna-se uma atividade quase sem esperança. Na urgente demanda por ideias, veremos mensagens como as deste livro ganharem destaque rapidamente, transformando-o em um fantástico manual de sobrevivência para tempos difíceis. O alarmante estado da humanidade, em sua marcha insensata em direção ao abismo, é retratado nesta obra com um discurso irretorquível, potente, inescapável. Com sua narrativa accessível e com um menu impressionante de soluções, deve tornar-se leitura obrigatória para quem quiser ter qualquer relevância nas campanhas de resgate que virão ainda neste decênio.

— Antonio Donato Nobre, na Apresentação

 

SOBRE O AUTOR

Luiz Marques é professor livre-docente aposentado e colaborador do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde foi cofundador do curso de pós-graduação em História da Arte. Foi pesquisador convidado no Institut Français de Florence e é autor de ensaios, livros e catálogos sobre a tradição clássica, sobretudo no âmbito da história da arte da Itália dos séculos XIII ao XVI. Entre 1995 e 1997, foi curador-chefe do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Nos últimos quinze anos, tem se dedicado à docência e a pesquisas sobre as crises socioambientais contemporâneas. Nessa qualidade, foi professor convidado na Universidade de Leiden, na Holanda, e publicou artigos e livros, entre os quais Capitalismo e colapso ambiental (Editora da Unicamp, 2015; publicado em inglês pela Springer, 2020), que em 2016 obteve o Prêmio Jabuti e o segundo lugar no Prêmio da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu). Entre 2017 e 2021, contribuiu regularmente com artigos para o Jornal da Unicamp. É atualmente professor sênior da Ilum — Escola de Ciência, vinculada ao Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), e membro do Coletivo 660, nascido do Fórum Social Mundial. Diversos de seus artigos estão disponíveis em: https://unicamp.academia.edu/LuizMarques.