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A maior prisão do mundo

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A maior prisão do mundo:
uma história dos territórios ocupados por Israel na Palestina
Autor: Ilan Pappe
Tradução: Alexandre Barbosa de Souza
Edição: Tadeu Breda & Luiza Brandino
Preparação: Fábio Fujita
Revisão: Aminah Haman & Adriana Moreira Pedro
Capa & projeto gráfico: Mateus Valadares
Diagramação: Daniela Miwa Taira
Direção de arte: Bianca Oliveira
Assistência de arte: Yana Parente
Lançamento: julho de 2025
Páginas: 384
Dimensões: 13,5 x 21 cm
ISBN: 9786560081000

Descrição

Neste livro, Ilan Pappe reconstrói a história da ocupação israelense nos territórios palestinos, sobretudo após 1967, quando o Estado judeu rasgou definitivamente o Plano de Partilha aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948 e tomou conta de Jerusalém, da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. O autor revela que a entidade sionista possuía desde 1963 um plano para administrar os palestinos nas regiões ocupadas, e que estava apenas esperando uma oportunidade para colocá-lo em ação — oportunidade que se apresentou com a Guerra Árabe-Israelense, conhecida em Israel como Guerra dos Seis Dias. Quase sessenta anos depois, essa monstruosa megaprisão — os territórios ocupados —, marcada pela humilhação, pela vigilância e pela violência cotidianas, deu lugar a um campo de extermínio onde o direito internacional humanitário, que nunca foi respeitado pelos ocupantes, agoniza em imagens reproduzidas incessantemente nas redes sociais, diante da revoltante inação da imprensa e de governantes de norte a sul do planeta. “A terceira geração de prisioneiros palestinos está lá, à espera de que o mundo reconheça seu sofrimento e se dê conta de que, enquanto essa opressão prosseguir, será impossível discutir de modo construtivo a opressão em outros lugares do Oriente Médio”, escreve Pappe. “A imunidade que Israel recebeu encorajou outros regimes e outras oposições a acreditar que os direitos humanos e civis são irrelevantes. O desmonte da megaprisão na Palestina enviará uma mensagem diferente e mais esperançosa a todos os que vivem nessa parte conturbada do mundo.”

 

***

 

As discussões em Israel sobre como administrar áreas árabes ocupadas começou durante a operação no Sinai, quando, em aliança com ingleses e franceses, o Estado judaico tentou derrubar o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, em outubro de 1956. Como parte da campanha, a Faixa de Gaza foi ocupada por alguns meses, e a sensação entre os estrategistas e comandantes do exército era de que as Forças de Defesa de Israel (IDF) não estavam bem-preparadas para a missão. Entenderam que uma abordagem mais sistemática era necessária. Em 1963, surgiu a oportunidade de desenvolver uma estratégia mais estruturada. Naquele ano, a instabilidade crescente na Jordânia levou os chefes do estado-maior a se prepararem para a eventualidade da queda do reino hachimita, que levaria a uma possível guerra com Israel. Eles começaram a contemplar mais seriamente a ocupação da Cisjordânia. Para tanto, precisavam de um plano. […] O plano recebeu o nome codificado de “Plano Shacham” e dividia a Cisjordânia em oito distritos para facilitar a imposição de um domínio militar organizado. […] Em três anos, a equipe ficou pronta para a eventualidade de uma ocupação militar, que de fato ocorreu em junho de 1967. […] pode-se dizer que, apesar dos preparativos elaborados, na prática se optou por uma forma mais fácil: uma simples extensão da dominação militar imposta a um grupo palestino (a minoria dentro de Israel) a um outro grupo palestino (as pessoas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza). A minoria palestina em Israel foi colocada sob dominação militar entre 1948 e 1966 (na verdade, Mishael Shacham foi o último governador-geral daquela dominação), de modo que já havia uma dominação prévia que poderia ser reimposta nos Territórios Ocupados. A base para a velha e a nova imposição era a mesma: as regras de emergência do Mandato Britânico. A interpretação israelense dessas regras — em 1948 e também em 1967 — deu a um governo militar controle ilimitado sobre cada aspecto da vida do povo em sua área. […] O que eles conceberam e executaram, e o que sucessivas gerações de burocratas israelenses sustentariam, foi a construção da maior prisão de todos os tempos: uma megaprisão para 1,5 milhão de pessoas — número que subiria para quatro milhões —, que ainda hoje estão, de uma forma ou de outra, encarceradas entre suas grades reais ou imaginárias. Este livro conta a história das origens dessa prisão e tenta captar como era — e como ainda é — a vida nesse confinamento.

— Ilan Pappe, no prefácio

 

SOBRE O AUTOR

Ilan Pappe nasceu em Haifa, em 1954, filho de judeus alemães fugidos da perseguição nazista. Historiador especialista na história contemporânea de Israel, foi professor sênior na Universidade de Haifa entre 1984 e 2006, quando foi demitido por aderir ao boicote cultural às universidades israelenses. Mudou-se para a Inglaterra, onde assumiu a direção do Centro Europeu de Estudos Palestinos da Universidade de Exeter. É um dos mais importantes e prolíficos autores sobre a Questão Palestina. Entre seus muitos livros, foram traduzidos para o português Brevíssima história do conflito Israel-Palestina (Elefante, 2025), Dez mitos sobre Israel (Tabla, 2022), A limpeza étnica da Palestina (Sundermann, 2012) e História da Palestina Moderna (Caminho, 2007). Em 2017, recebeu do Middle East Monitor o Lifetime Achievement Award, prêmio pelo conjunto de sua obra dedicada à Palestina.