Descrição
O ponto de partida deste livro está na rejeição da internet como algo virtual. Quintarelli rejeita a ideia de que existe um ciberespaço, em oposição ao espaço real, como se um fosse imaginário e somente o outro, palpável. Ao contrário, a revolução digital abre caminho a uma dimensão cuja realidade não poderia ser mais explícita: a dimensão imaterial, fundamental para os indivíduos e determinante para o uso que fazem dos materiais, da energia e dos recursos bióticos de que dependem.
A obra também mostra que as instituições das sociedades democráticas estão bem pouco preparadas para enfrentar os desafios que já estão ocorrendo. O ritmo das mudanças tecnológicas é exponencial, e o tempo da política não tem sido capaz de acompanhá-lo. Para Quintarelli, porém, não há motivo para pânico — ou para uma luta vã “contra as tecnologias”. Há, sim, uma urgência de compreender o tipo de economia gerada pelo avanço tecnológico, seu impacto social e as possibilidades de regulação. De certo modo, o livro retoma uma velha lição de Spinoza: non ridere, non lugere, neque detestare, sed intellegere. Nem rir, nem chorar, nem detestar, mas sim compreender.
— Ricardo Abramovay e Rafael A. F. Zanatta, no prefácio
SOBRE o AUTOR
Nascido em 1965, Stefano Quintarelli é um empreendedor e ativista italiano com mais de 25 anos de experiência no campo da computação e da internet. É coordenador do Comitê Gestor da Agenzia per l’Italia Digitale [Agência pela Itália Digital]. Foi deputado da República entre 2013 e 2018, quando participou de discussões sobre a Carta de Direitos para a Internet e propôs projetos de lei sobre regulação e tecnologia, militando pela neutralidade de rede. Foi fundador da i.net, um dos primeiros provedores de acesso à internet na Itália, e é formado pela Università degli Studi di Milano, onde fundou a Rede de Pesquisadores e Estudantes de Milão. É membro do High-Level Expert Group on Artificial Intelligence [Grupo de Especialistas de Alto Nível sobre Inteligência Artificial] da Comissão Europeia, criado em 2018.