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Transição ecossocial justa

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Transição ecossocial justa:
uma perspectiva do Sul Global
Autores: Maristella Svampa & Enrique Viale
Tradução: Reginaldo Pujol Filho & Daniela Fernandes Alarcon
Edição: Tadeu Breda & Luiza Brandino
Preparação: Laura Castanho
Revisão: Érico Melo & Gabriela Rocha
Capa & projeto gráfico: Bianca Oliveira
Diagramação: Daniela Miwa Taira
Lançamento: novembro de 2025
Páginas: 224
Dimensões: 13 x 21 cm
ISBN: 9786560081130

Descrição

Alguns anos após a pandemia, e com um cenário novo e catastrófico deflagrado pela guerra na Ucrânia e pelo genocídio em Gaza, o que se vislumbra sob o nome de “novo normal” revela, na verdade, o agravamento das crises social, econômica, ecológica e política. Ingressamos a era do colapso não só ambiental como também ecológico e sistêmico: recessão econômica, concentração cada vez maior da riqueza, explosão das desigualdades, emergências climáticas e ameaça de extinção em massa, crescimento da extrema direita, além das crises energética e alimentar como consequências da guerra. Estamos atravessando uma policrise […]. A crise energética, agravada pelas consequências da guerra na Ucrânia, gerou enorme retrocesso na agenda ecossocial, sobretudo quanto à transição energética. […] enfrentamos um retrocesso da agenda ambiental, uma militarização crescente e “o que pode ser propriamente caracterizado como uma nova Guerra Fria, que divide cada vez mais o sistema mundo em blocos encabeçados pelos Estados Unidos e pela China, com possibilidades — e realidades — de guerra que poderiam nos levar a um holocausto nuclear”.

Nós, do Sul Global, temos chamado atenção para as assimetrias históricas e o legado colonial que não apenas persistem como estão se aprofundando. Nesse contexto de crise multidimensional, a pressão dos centros capitalistas para extrair recursos naturais na periferia se intensificou, o que fez aumentar a dívida ecológica. Mas não se trata somente da expansão do já conhecido paradigma extrativista no Sul; a novidade hoje é a multiplicação de megaprojetos corporativos e de novas pressões extrativistas em nome da “transição verde”: cobalto e lítio para a produção de baterias de alta densidade energética, madeira balsa para turbinas eólicas, minerais para a transição, terras-raras, hidrogênio verde etc. Tudo voltado à exportação, para garantir o processo de descarbonização dos países do Norte, sem considerar que isso significa uma nova fase de expropriações na vida de milhões de mulheres, homens e crianças do Sul. A história se repete: o Sul Global é visto como “zona de sacrifício” e como fonte inesgotável de recursos para os países do Norte, não apenas para os que são carentes dos chamados recursos energéticos críticos (como os europeus) mas também para os que os possuem (China, Estados Unidos, Rússia). Fica claro que, diante deste novo extrativismo ou colonialismo energético, não podemos mais acatar qualquer proposta de transição.

Neste livro, procuramos demarcar os eixos da disputa com um olhar gestado no Sul Global — e na América Latina, em particular. Estamos convencidos de que devemos disputar e deixar bem claro o que entendemos por “transição ecossocial” e sobretudo por “transição energética”, sempre à luz das inúmeras experiências de lutas, propostas, estratégias e alternativas desenvolvidas por comunidades, povos, movimentos e organizações que atuam na defesa dos territórios nesta região do mundo. […] estamos convencidos de que não podemos sucumbir à tentação distópica de pensar o colapso civilizacional como um destino único e inevitável. Em uma época de distopias globais, na qual “é mais imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo”, de acordo com a célebre frase de Fredric Jameson, nosso objetivo é repensar um horizonte emancipatório sem cair nas repetições cegas do passado nem em novos dogmatismos, sem nos deixarmos capturar pela figura do desencanto de certas esquerdas nem pela melancolia paralisante do catastrofismo. Esta é, desde já, uma aposta na resiliência, em um novo pacto com a vida.

— Maristella Svampa & Enrique Viale, na Introdução

 

SOBRE Os AUTORes

Maristella Svampa é socióloga, escritora e pesquisadora argentina. É formada em filosofia pela Universidade Nacional de Córdoba e doutora em sociologia pela École Pratique des Hautes Études, na França. É pesquisadora principal do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet) e professora titular da Universidade Nacional de La Plata. Recebeu os prêmios Guggenheim Fellowship (2007), Platinum Konex Award in Sociology (2016) e Georg Forster (2023). É membro do Pacto Ecossocial e Intercultural do Sul. Pela Elefante, publicou As fronteiras do neoxtrativismo na América Latina (2019) e Debates latino-americanos: indianismo, desenvolvimento, dependência e populismo (2023).

Enrique Viale é bacharel em direito pela Universidade de Buenos Aires. Especialista em direito ambiental, participou da fundação da Asociación Argentina de Abogados Ambientalistas, em 2004. É membro do Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza e do comitê executivo da Aliança Global pelos Direitos da Natureza. Atua como advogado em inúmeras causas envolvendo danos e recuperação ambiental e viaja pela América Latina acompanhando assembleias e lutas da sociedade civil. Foi assessor legislativo no Senado argentino e é consultor ambiental e colunista em diversos meios de comunicação. É membro do Pacto Ecossocial e Intercultural do Sul.