Em 2011, enquanto o Brasil, o mundo e o jornalismo passavam por grandes transformações, a Agência Pública foi criada. A proposta inovadora de ser uma agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos prosperou. Para marcar sua primeira década, a Pública lança um livro com reflexões sobre dez anos de reportagens investigativas: Furos, mentiras e segredos revelados: uma década de reportagens da Agência Pública, em pré-venda no site da Elefante.
Organizado pelas co-fundadoras e diretoras executivas da Pública, Marina Amaral e Natalia Viana, o livro conta com artigos de membros da direção da agência, editores, repórteres e integrantes do conselho consultivo. Os conselheiros Fabiana Moraes, Eugênio Bucci e Carlos Azevedo analisam o papel da Agência Pública no contexto do jornalismo brasileiro na última década.
Furos, mentiras e segredos revelados traz dez capítulos com histórias sobre a criação da organização, grandes coberturas e bastidores de reportagens. Ao longo dos anos, a Agência Pública se debruçou sobre temas até então pouco cobertos pelos grandes veículos de comunicação. No livro, Marina Amaral relembra os esforços que a Pública sempre empenhou para revelar segredos da ditadura militar e da influência dos anos de chumbo no governo Bolsonaro. As investigações feitas a partir de informações vazadas, feitas em parceria com o WikiLeaks e também com o The Intercept Brasil na Vaza Jato, são detalhadas por Natalia Viana.
Nos capítulos, a diretora e editora Andrea Dip conta sobre sua experiência de uma década na cobertura de pautas sobre gênero, o repórter Ciro Barros resgata a cobertura de conflitos na Amazônia e o editor Bruno Fonseca mostra como o jornalismo pode partir de dados para contar histórias. Por sua vez, o repórter José Cícero relembra as coberturas de prisões injustas de pessoas negras e pobres e reflete sobre o racismo no poder Judiciário.
A obra também revela os detalhes da investigação sobre o esquema de exploração sexual de crianças mantido por Samuel Klein, fundador das Casas Bahia. Diretor e editor da Agência Pública, Thiago Domenici resgata os bastidores desta grande reportagem e destaca a importância de jogar luz sobre histórias que grandes empresas não gostariam que fossem reveladas. Em dez anos, a Pública investigou mais de 360 companhias, como Vale, Sabesp, Samarco, JBS, entre outras.
Além de resgatar a história de grandes coberturas, Furos, mentiras e segredos revelados: uma década de reportagens da Agência Pública reserva um espaço para debater o jornalismo independente. Marina Amaral escreve sobre as experiências no jornalismo que culminaram na criação da Pública; Marina Dias, diretora de comunicação, explica como funciona a distribuição gratuita das reportagens para veículos nacionais e internacionais; Natalia Viana reflete sobre a importância da inovação na história da Pública.