Elefante aparador de livros em madeira

R$ 220,00

Sobre a peça

Desenhado por Bianca Oliveira (@metadearvore)
Fabricado pelos marceneiros Querino e Marcon (Cotia/SãoRoque/SP)
Todas as peças foram fabricadas à mão, em madeira maciça muiracatiara ou cumaru.

  • Não vem com os livros da foto (somente ilustrativos)
  • Madeira maciça usada: muiracatiara ou cumaru – ambas oriundas de reflorestamento.
  • Envios sortidos: não é possível escolher a textura do elefante, cada um terá uma textura única
  • Feito à mão
  • Peça muito bem lixada e com aplicação de seladora para garantir durabilidade de anos
  • Dimensões das duas peças juntas: 15 x 15 x 6 cm

Sobre as madeiras

A madeira Cumaru (nome mais conhecido) é uma das madeiras mais duras e resistentes. É oriunda de reflorestamento.
Sua árvore, dipteryx odorata, é nativa da América Central e Norte da América do Sul e seus frutos têm propriedades medicinais e aromáticas.

Muiracatiara também conhecida como aroeira, é rajada, pesada, dura e muito resistente. Sua árvore é nativa da América do Sul (Brasil, Uruguai, Paraguai e Peru). É oriunda de reflorestamento.

 

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Descrição

Inspirado no poema de Carlos Drummond de Andrade

 

O Elefante

Fabrico um elefante
De meus poucos recursos
Um tanto de madeira
Tirado a velhos moveis
Talvez lhe dê apoio
E o encho de algodão
De paina, de doçura
A cola vai fixar
Suas orelhas pensas
A tromba se enovela
E é a parte mais feliz
De sua arquitetura

 

Mas há também as presas
Dessa matéria pura
Que não sei figurar
Tão alva essa riqueza
A espojar-se nos circos
Sem perda ou corrupção
E há por fim os olhos
Onde se deposita
A parte do elefante
Mais fluida e permanente

 

Alheia a toda fraude
Eis meu pobre elefante
Pronto para sair
À procura de amigos
Num mundo enfastiado
Que já não crê nos bichos
E duvida das coisas
Ei-lo, massa imponente
E frágil, que se abana
E move lentamente
A pele costurada
Onde há flores de pano
E nuvens, alusões
A um mundo mais poético
Onde o amor reagrupa as formas naturais

 

Vai o meu elefante
Pela rua povoada
Mas não o querem ver
Nem mesmo para rir
Da cauda que ameaça
Deixá-lo ir sozinho
É todo graça, embora
As pernas não ajudem
E seu ventre balofo
Se arrisque a desabar
Ao mais leve empurrão
Mostra com elegância
Sua mínima vida
E não há na cidade
Alma que se disponha
A recolher em si
Desse corpo sensível
A fugitiva imagem
O passo desastrado
Mas faminto e tocante

 

Mas faminto de seres
E situações patéticas
De encontros ao luar
No mais profundo oceano
Sob a raiz das árvores
Ou no seio das conchas
De luzes que não cegam
E brilham através
Dos troncos mais espessos
Esse passo que vai
Sem esmagar as plantas
No campo de batalha
À procura de sítios
Segredos, episódios
Não contados em livro
De que apenas o vento
As folhas, a formiga
Reconhecem o talhe
Mas que os homens ignoram
Pois só ousam mostrar-se
Sob a paz das cortinas
À pálpebra cerrada

 

E já tarde da noite
Volta meu elefante
Mas volta fatigado
E as patas vacilantes
Se desmancham no pó
Ele não encontrou
O de que carecia
O de que carecemos
Eu e meu elefante
Em que amo disfarçar-me
Exausto de pesquisa
Caiu-lhe o vasto engenho
Como simples papel
A cola se dissolve
E todo seu conteúdo
De perdão, de carícia
De pluma, de algodão
Jorra sobre o tapete
Qual mito desmontado
Amanhã recomeço

Informação adicional

Peso 1000 g
Dimensões 15 × 15 × 6 cm

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