O autor de Corumbiara, caso enterrado, João Peres, o fotógrafo Gerardo Lazzari e o coordenador editorial da Editora Elefante, Tadeu Breda, conversam esta semana com alunos do curso de Jornalismo da Universidade de São Paulo. Na quinta-feira à noite, o livro-reportagem sobre o episódio conhecido como ‘massacre de Corumbiara’ será debatido na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, na zona oeste da capital paulista. O encontro é aberto ao público.
Este será o primeiro evento sobre o trabalho no âmbito acadêmico. Antes, em julho e agosto, lançamentos foram realizados em São Paulo, Osasco e Brasília, sempre com boa repercussão. Agora, os professores Luciano Maluly e Dennis Oliveira se dispuseram a organizar uma conversa entre os futuros jornalistas e os autores do trabalho.
João Peres se formou em 2007 na ECA. O trabalho de conclusão de curso foi sobre os trabalhadores bolivianos em São Paulo, tema que tem despertado cada vez mais atenção. De lá para cá, cobriu eleições, consultas populares e momentos de crise no Brasil, na Argentina, na Venezuela, na Colômbia e na Bolívia. No interior do país, fez reportagens sobre direitos humanos, agricultura, agrotóxicos e relações de trabalho.
Também o coordenador editorial é formado no curso de Jornalismo da USP. O primeiro trabalho no catálogo da Editora Elefante é O Equador é verde – Rafael Correa e os paradigmas do desenvolvimento, de Tadeu Breda, publicado em 2010.
Corumbiara, caso enterrado é o primeiro livro-reportagem sobre o chamado ‘massacre de Corumbiara’, ocorrido em 9 de agosto de 1995 no sul de Rondônia. Durante operação de reintegração de posse na fazenda Santa Elina, ao menos doze pessoas morreram – nove policiais, dois sem-terra e um rapaz não identificado. O caso resultou em processos contra PMs e posseiros e, em 2000, cinco pessoas foram condenadas no júri popular realizado em Porto Velho, num desfecho até hoje contestado por várias organizações e pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
O lançamento da Editora Elefante entrevista sem-terra, policiais, políticos, advogados, integrantes de movimentos sociais, promotores e juiz. Revisa processos e documentos. Promove o cruzamento de dados para tentar oferecer ao leitor um conjunto que permita formar a própria opinião. Busca romper a dicotomia empobrecedora que tenta a tudo enquadrar: bons e maus, amigos e inimigos.
Auditório Freitas Nobre – Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 – Cidade Universitária – São Paulo Quinta-feira, 3 de setembro, 19h30