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Capitaloceno

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Capitaloceno:
uma história radical da crise climática
Autor: Francisco Serratos
Tradução: Reginaldo Pujol Filho
Edição: Tadeu Breda
Assistência de edição: Érika Nogueira Vieira
Preparação: Fábio Fujita
Revisão: Eduarda Rimi & Laila Guilherme
Diagramação: Daniela Miwa Taira
Assistência de arte: Yana Parente
Capa & direção de arte: Bianca Oliveira
Lançamento: fevereiro de 2026
Páginas: 392
Dimensões: 15 x 23 cm
ISBN: 9786560080799

Descrição

Para escrever esta história radical da crise climática, Francisco Serratos recorreu aos momentos-chave da caminhada humana — ou melhor, de uma pequena parte dos seres humanos, a verdadeira causadora da tragédia ambiental em que estamos metidos — rumo ao colapso: a passagem do feudalismo para o capitalismo, a conquista da América, a expansão colonial europeia, o extermínio de povos indígenas e de meios de vida tradicionais ao redor do mundo e uma longa lista de episódios muitas vezes considerados grandes feitos da humanidade mas que deixaram um rastro indelével de destruição e morte. Obviamente, a invenção do motor à vapor, os combustíveis fósseis e a emissão de gases causadores do efeito estufa recebem atenção especial do autor. Contudo, sua análise vai muito além, abordando a exploração do látex nas florestas tropicais, a guerra pelo guano, a produção de algodão, o agronegócio, o mundo de plástico, o neoliberalismo e a indústria da carne. Episódios da história da Índia sob domínio britânico, sobretudo a grande fome que se abateu sobre o país no século XIX, matando milhões de pessoas, são citados como exemplos das formas que a crise pode assumir no século XXI. O livro encerra com esboços de um futuro possível, após breves análises sobre o regime ambiental soviético e chinês. Uma leitura acessível e essencial para compreender, de uma vez por todas, onde está o problema.

 

***

 

Em nosso afã por historiar o Apocalipse, já criamos várias formas de medir o tempo de vida que nos resta como espécie. Uma dessas invenções foi o Doomsday Clock, criado em 1947 como resultado do medo que o hemisfério ocidental experimentou com a ameaça de uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e a União Soviética. A idealizadora foi Martyl Langsdorf, artista e esposa de um dos cientistas que participaram do Manhattan Project, que buscava desenvolver a primeira bomba atômica. O objetivo de Langsdorf era conscientizar sobre o perigo das novas forças destrutivas no mundo. Porém, uma vez mitigada a paranoia nuclear, o Doomsday Clock passou a ser utilizado para medir simbolicamente qualquer perigo global que ameace a vida terrestre e a paz mundial, desde conflitos bélicos até desastres como as mudanças climáticas. No momento em que o relógio começou a funcionar, os ponteiros marcavam sete minutos para a meia-noite (ou seja, o fim) e regressaram até os dezessete minutos quando os Estados Unidos e a União Soviética assinaram em 1991 um acordo para reduzir seus arsenais nucleares. Esses minutos não representam um tempo real, mas eventos históricos que fazem os ponteiros se deslocarem para trás ou para a frente, dependendo da ameaça que representam; quer dizer, o relógio do fim do mundo não mede o tempo, mas os acontecimentos. No total, ele se movimentou 22 vezes desde sua criação. Um dos ápices do relógio, quando esteve a dois minutos da meia-noite, foi quando os Estados Unidos concluíram com êxito seus testes com a bomba de hidrogênio. Depois, em janeiro de 2017, o relógio marcou 2m30s para a meia-noite: era o início da primeira presidência de Donald Trump nos Estados Unidos. Em 2020, o relógio estava marcando cem segundos para a meia-noite, o ponto mais próximo da catástrofe desde a sua criação. O motivo é a inação dos governos para desacelerar a crise climática. Incrivelmente, com o retorno de Trump à presidência, em 2025, o relógio voltou a avançar aos 89 segundos para a meia-noite, quebrando o recorde anterior. A viagem ao fim da noite está apenas começando.

— Francisco Serratos

 

SOBRE O AUTOR

Francisco Serratos (Veracruz, México, 1982) é escritor e professor da Faculdade de Linguagem, Cultura e Raça da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos. A partir da publicação de Capitaloceno: uma história radical da crise climática, lançado originalmente pela editora mexicana Festina em 2020, orientou seu trabalho acadêmico e literário para o humanismo ambiental e a crítica do aquecimento global. Dedica-se ao estudo de temas como crise climática, animais e literatura latino-americana. É autor de Breve contrahistoria de la democracia (Ataraxia, 2014) e Ecotopías: una crítica radical del futuro (Festina/UAM, 2025).