Gente ultraprocessada

R$ 80,00

Frete fixo R$ 15

Gente ultraprocessada:
por que comemos coisas que não são comida, e por que não conseguimos parar de comê-las
Autor: Chris van Tulleken
Tradução: Érika Nogueira Vieira
Coedição: O Joio e o Trigo
Apoio: ACT Promoção da Saúde
Edição: Tadeu Breda
Assistência de edição: Natalia Engler
Revisão: Tomoe Moroizumi & Laura Massunari
Revisão técnica: João Peres
Capa: Túlio Cerquize
Direção de arte: Bianca Oliveira
Diagramação: Daniela Miwa Taira
Lançamento: setembro de 2024
Páginas: 432
Dimensões: 15 x 23 cm
ISBN: 9786560080478

Descrição

Chris van Tulleken não quer que você deixe de comer porcaritos crocantes, nem de beber refrigerantes cheios de açúcar. Pelo contrário. Enquanto lê este livro, o autor pede que você baixe a guarda: “Permita-se experimentar todo o horror dos alimentos ultraprocessados”. E faz um convite: “Leia também a lista de ingredientes no verso das embalagens”. Entre um bocado, um pacote plástico e uma página, Gente ultraprocessada te apresentará um universo de informações sobre a origem e os efeitos dos elementos químicos que estamos nos acostumando a chamar de “comida”, e te conduzirá pelas descobertas mais importantes da atualidade sobre alimentação e saúde. Prepare-se para ver muitas de suas certezas ruírem diante da ciência realizada por pesquisadores que não têm rabo preso com a indústria alimentícia.

 

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Este livro nasce de um truco. O autor, Chris van Tulleken, duvidou da hipótese formulada pelo brasileiro Carlos Monteiro. O médico britânico entendia ser inviável que um grupo específico de produtos alimentícios — os ultraprocessados — pudesse ser responsabilizado pela explosão global dos índices de doenças crônicas não transmissíveis. Gente ultraprocessada é, então, a história de um fracasso pessoal que Van Tulleken compartilha conosco, com transparência e sem mágoa. Professor na University College de Londres e especialista em doenças infecciosas, ele se dispôs a entender por que havia um enorme zumzumzum no mundo da alimentação, provocado pelo trabalho de Monteiro. Começa então uma jornada na qual Van Tulleken coloca os próprios hábitos à prova. E o próprio corpo: numa espécie de Super Size Me do século 21, o autor radicaliza a dieta para, durante algumas semanas, alimentar-se basicamente de ultraprocessados. A hipótese aventada por ele e por outras pessoas da área da saúde é de que nada em especial aconteceria. Mas, assim como no início, ele estava errado. Gente ultraprocessada não é um amontoado de curiosidades e apostas. É um olhar criativo e original de uma história que precisava ser contada em detalhes: como Carlos Monteiro e sua equipe lançaram uma contribuição singular para entender um fenômeno que tem abismado a humanidade de forma crescente e quase sem exceções.

 

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Nas páginas de Gente ultraprocessada, Chris van Tulleken descreve com primor a história dos alimentos ultraprocessados, a lógica de sua produção e os impactos que esses produtos têm em nossa saúde. Para isso, expôs, muito corajosamente, seu próprio organismo aos ultraprocessados, fez uma exaustiva revisão da literatura e conversou com grandes especialistas no tema. O resultado é uma narrativa completa e fascinante. O livro revela não apenas os efeitos nocivos dos alimentos ultraprocessados, mas também a urgência de políticas públicas que impeçam que a dieta ultraprocessada substitua padrões saudáveis e tradicionais de alimentação baseados em alimentos integrais e em refeições preparadas com base nesses alimentos — comida de verdade, como costumamos dizer no Brasil.

— Carlos Monteiro, no prefácio

 

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Deixe-me explicar. Você é um participante em um experimento para o qual não se voluntariou. Novas substâncias estão sendo testadas em todos nós o tempo todo para ver qual delas são mais eficientes para extrair dinheiro. Será que um emulsificante sintético pode ser usado em vez de um ovo? Será que um óleo de semente pode substituir uma gordura láctea? Será que um pouco de etil metilfenilglicidato pode ser adicionado em vez de um morango? Ao comprarmos alimentos ultraprocessados (AUPs), estamos constantemente impulsionando sua evolução. Nós nos arriscamos nesse experimento enquanto os benefícios ficam nas mãos dos donos das empresas que produzem AUPs, e os resultados são amplamente escondidos de nós — exceto os efeitos em nossa saúde. […] depois de três colheradas, a alegria tinha passado: o que restava era um sedimento marrom, consumido apenas para aliviar a ânsia. Lyra e eu fomos atraídos para nossos bocados seguintes como fumantes para a próxima tragada. A experiência do primeiro impulso não podia ser replicada; ainda assim, alguma coisa no cereal nos impelia a continuar tentando.

— Chris van Tulleken, trecho do livro

 

 

SOBRE O AUTOR

Chris van Tulleken é infectologista no Hospital de Doenças Tropicais em Londres. Formou-se em Oxford e tem doutorado em virologia molecular pela University College London, onde é professor associado. Sua pesquisa se concentra em como as corporações afetam a saúde humana, sobretudo no contexto da nutrição infantil. Van Tulleken também trabalha com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), e é um dos principais apresentadores da BBC para crianças e adultos, tendo vencido dois prêmios da Academia Britânica de Cinema e Televisão (BAFTA). Mora em Londres com a esposa e filhos. No X e no Instagram: @DoctorChrisvt.