Resgatar a função social da economia

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Resgatar a função social da economia:
uma questão de dignidade humana
Autor: Ladislau Dowbor
Edição: Tadeu Breda
Assistência de edição: Luiza Brandino
Preparação: Natalia Engler
Revisão: Laura Massunari & Tomoe Moroizumi
Capa & projeto gráfico: Bianca Oliveira
Diagramação: Victor Prado
Lançamento: setembro de 2022
Páginas: 178
Dimensões: 13 x 18 cm
ISBN: 978-65-87235-97-4

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Descrição

A revolução digital está causando impactos tão profundos sobre a humanidade quanto em outra era causou a Revolução Industrial. O que chamamos de capitalismo tem as suas raízes na industrialização, que envolveu transformações nas técnicas e nas relações sociais de produção, com o trabalho assalariado e o lucro do capitalista, além de um marco jurídico centrado na propriedade privada dos meios de produção. Com a revolução digital — que envolve uma expansão radical das tecnologias, bem como a generalização da economia imaterial, a conectividade global, o dinheiro virtual e o trabalho precário —, a própria base da sociedade capitalista se desloca.

Em particular, a apropriação do produto social por minorias ricas, porém improdutivas, já não exige geração de emprego e produção de bens e serviços na mesma escala; ela passa pela intermediação do dinheiro, do conhecimento, das comunicações e das informações privadas. Onde a fábrica imperava, hoje temos as plataformas em escala planetária, que exploram não só as pessoas — através do endividamento, por exemplo — mas também as próprias empresas produtivas, por meio dos dividendos pagos a acionistas ausentes (absentee owners).

O presente estudo se concentra precisamente nas transformações ocorridas naquilo que chamamos de modo de produção capitalista. A atividade industrial permanece, sem dúvida, como permaneceu a atividade agrícola diante da Revolução Industrial; mas o eixo de dominação e controle já não está nas mãos dos capitães da indústria, e sim nas de gigantes financeiros como BlackRock, de plataformas de comunicação como Alphabet (Google), de ferramentas de manipulação como Meta (Facebook), de intermediários comerciais como Amazon.

O mecanismo de apropriação do excedente social mudou, e com isso mudou a própria natureza do sistema. Estamos no meio de uma transformação profunda da sociedade, nas suas dimensões econômica, social, política e cultural, gerando o que tem sido chamado de crise civilizatória. Transitamos para outro modo de produção, e o presente estudo sistematiza os novos mecanismos presentes nesse cenário. Na última parte, propomos caminhos.

 

SOBRE O AUTOR

Ladislau Dowbor é professor de economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), consultor de agências da ONU e gestor do site http://dowbor.org, pequena biblioteca científica com textos disponíveis gratuitamente. Seus livros mais recentes são A era do capital improdutivo (Autonomia Literária/Outras Palavras, 2017), O capitalismo se desloca (Sesc, 2020) e O pão nosso de cada dia: opções econômicas para sair da crise (Autonomia Literária/Outras Palavras, 2021). Contato: ldowbor@gmail.com.