Raça e representação, pelo olhar negro e feminista de bell hooks

“Não há como negar que Olhares negros é um livro que nasce clássico, desafiando as políticas de visibilidade e as noções de representação, levando em conta o que significou e significa o processo de colonização e de dominação nos países marcados pela pior tragédia da humanidade: a escravidão transatlântica”

Em 2019, a Editora Elefante dá início à publicação dos mais importantes livros de ensaios da pensadora negra feminista norte-americana bell hooks. Começaremos em fevereiro com Olhares negros: raça e representação. “Nenhum outro livro de crítica cultural que eu tenha escrito é tão essencial para a nossa compreensão das ligações entre raça, representação, questões de autodefinição das pessoas negras e a descolonização de todos nós”, diz a autora, de 66 anos.

Publicado originalmente em 1992, Olhares negros foi relançado nos Estados Unidos em 2015, e agora finalmente chega ao Brasil. “É um livro que eu desejaria de todo o coração que já não fosse relevante”, continua bell hooks. “Se fosse assim, uma significativa revolução de valores teria acontecido em nossa sociedade, e então não seríamos mais bombardeados por imagens profundamente negativas do que é ser negro: imagens que atacam a psique de todos.”

A edição brasileira de Olhares negros foi traduzida por Stephanie Borges e conta com o prefácio de Rosane Borges, jornalista, pós-doutorada em ciências da comunicação, professora e colaboradora de grupos de pesquisa sobre estética e vanguarda e teorias e práticas feministas na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A publicação contou com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo.

“Não há como negar que Olhares negros é um livro que nasce clássico, desafiando as políticas de visibilidade e as noções de representação, levando em conta o que significou e o que significa o processo de colonização e dominação nos países marcados pela pior tragédia da humanidade: a escravidão transatlântica”, explica Rosane Borges, no texto que abre o livro.

“Em Olhares negros, bell hooks reafirma sua vocação de intelectual negra feminista que, de onde vê e intervém no mundo, oferece ferramentas teóricas e práticas para reescrever a história dos dominados”, continua. “Tal reescrita não terá êxito se não implodir as formas de organização do olhar que esculpiram as pessoas negras e os símbolos da negritude como objetos que se prestam à espoliação e ao consumo.”

Ainda no primeiro semestre, a Editora Elefante lança mais dois livros de ensaios de bell hooks. Talking Back: Thinking Feminist, Thinking Black (cujo título em português ainda não definimos) sai em março. Yearning: Race, Gender, and Cultural Politics (também sem título definido em português, ainda) será apresentado ao público em maio. Acreditamos, assim, dar uma grande contribuição aos debates sobre racismo e feminismo do país.

 

PRÉ-VENDA COM DESCONTO!

Olhares negros: raça e representação
Autora: bell hooks
Capa & projeto gráfico: Leticia Quintilhano
Tradução: Stephanie Borges
Prefácio: Rosane Borges
Edição: Tadeu Breda
Direção de arte: Bianca Oliveira
Preparação: Natalia Engler
Revisão técnica: Rosane Borges
Revisão: Daniela Uemura
Apoio: Fundação Rosa Luxemburgo
Lançamento: fevereiro 2019
Páginas: 356
ISBN: 978-85-93115-21-9
Dimensões: 14 x 21 cm

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