Sementes de poder: injustiça ambiental e soja geneticamente modificada na Argentina

A Elefante acaba de abrir a pré-venda de Sementes de poder: injustiça ambiental e soja geneticamente modificada na Argentina, da socióloga Amalia Leguizamón, com tradução de Gabriela Moncau. Aproveite o desconto e peça seu exemplar em nosso site. Para saber mais sobre o sistema de pré-venda da Elefante, basta clicar aqui.

Concentração de terras em setores do agronegócio, desmatamento em grande escala com a expansão da fronteira agrícola e violência contra famílias camponesas e indígenas. O cenário poderia ser partes do Sul e do Centro-Oeste brasileiro, mas as situações analisadas neste livro se desenrolam nos Pampas argentinos — parte do que as grandes empresas transnacionais do agronegócio já denominaram “República Unida da Soja”, que, além de setores do Brasil e Argentina, compreende também áreas do Paraguai.

Sementes do poder conta a história da rápida conversão agrária do país vizinho com a implementação intensiva da soja transgênica, e revela as articulações para impor o extrativismo como modelo de desenvolvimento socioeconômico — apesar de suas consequências para o meio ambiente e para a saúde da população e dos trabalhadores envolvidos na produção. “Eu me debruço sobre o caso da adoção da soja transgênica para destrinchar o que chamo de sinergias do poder, que criam e legitimam o sofrimento humano, a desigualdade social e a degradação ambiental”, escreve Amalia Leguizamón na Apresentação.

Na Argentina, aponta a autora, a soja geneticamente modificada ocupa metade das terras agricultáveis e representa um terço das exportações. O país é o terceiro maior produtor e exportador de safras geneticamente modificadas, atrás apenas de Brasil e Estados Unidos. Essa produção é acompanhada pelo uso do agrotóxico à base de glifosato, biotecnologia desenvolvida e comercializada pela Monsanto (agora Bayer).

“A maioria da população rural que vive perto das fazendas de soja tem pouco ou nenhum poder de decisão sobre a produção agrícola e não lucra com a soja transgênica. Ao contrário, carrega o fardo da exposição aos agrotóxicos no corpo e na vida”, destaca a autora. Em cidades rurais argentinas, ela aponta, médicos documentam o aumento de casos de doenças como leucemia, câncer, abortos espontâneos e malformações fetais.

Sementes do poder contribui com análises sobre a economia política do meio ambiente e mostra como a cultura, o discurso e a identidade nacional são centrais para os interesses financeiros daqueles que estão no poder.  Ao colocar o foco nessas relações, a autora expande os estudos sobre justiça ambiental para sublinhar como significados, mecanismos e estratégias políticas e econômicas, bem como culturais e simbólicas, “podem gerar um consenso e um apoio a um modelo de extrativismo que sabidamente causa danos humanos e ecológicos”.

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