Silvia Federici no Sesc Pompeia, em São Paulo

Nesta terça-feira, 28 de novembro, às 19h30, Silvia Federici, Verónica Gago e Luci Cavallero estarão no Teatro do Sesc Pompeia para o lançamento dos dois novos livros da Elefante: Além da pele: repensar, refazer e reivindicar o corpo no capitalismo contemporâneo Quem deve a quem? Ensaios transnacionais de desobediência financeira.

O encontro promete ser ainda mais impressionante que a mesa de debates que as autoras realizaram em Paraty no sábado, durante a Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei), com auditório lotado. A plateia também deve ficar cheia no Sesc Pompeia. A entrada é gratuita, com distribuição de ingresso duas horas antes do evento. Por isso, chegue o mais cedo que puder.

Além da pele, de Silvia Federici, traz uma coletânea de dez ensaios analisando como o capitalismo tem transformado o corpo humano em máquina de trabalho e o das mulheres, em máquinas reprodutoras de mão de obra.

A temática foi abordada inicialmente em Calibã e a bruxa, em que a filósofa demonstra historicamente como a transição ao capitalismo exigiu o cercamento das terras comunais – expropriadas e transformadas em propriedade privada – e dos corpos, disciplinando-os e reduzindo-os à força de trabalho. Em relação às mulheres, o controle estatal também incidia na sexualidade e na capacidade reprodutiva.

No novo livro, Silvia retoma esse argumento, mas, além das incursões históricas, vai se concentrar em como esses processos atuam no capitalismo tardio. A obra se coloca, nesse sentido, como um excelente ponto de partida para compreender o pensamento da filósofa sobre o corpo, sobretudo feminino, e a relação com o sistema econômico e social vigente.

Falando em capitalismo, o livro Quem deve a quem?, organizado pelas três autoras e de autoria coletiva e transnacional, questiona uma fatia fundamental da acumulação de riqueza e do controle social por parte do Estado e do tão falado “Mercado”: a dívida.

O endividamento, que se impôs como medida de sobrevivência na sociedade contemporânea, é indicado por elas como uma forma de violência econômica e “ferramenta política do capital para explorar e confiscar a vitalidade social e determinar o tempo futuro”.

No lançamento no Sesc Pompeia, as autoras vão discutir essas e outras temáticas, juntas pela primeira vez no Brasil. Silvia, Verónica e Luci seguem com agenda no país até 03 de dezembro. Confira a agenda completa nas nossas redes.

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