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Um livro fundamental sobre amor livre, respeito e cuidado

Em Ética do amor livre, Janet W. Hardy e Dossie Easton relatam suas experiências como mulheres que vivem o amor sem amarras há mais de quarenta anos, sem que a opção pela “promiscuidade” as tenha impedido de ter filhos ou família

“Muita gente sonha em viver em abundância de amor, sexo e amizade”, escrevem Janet W. Hardy e Dossie Easton na primeira linha de Ética do amor livre: guia prático para poliamor, relacionamentos abertos e outras liberdades afetivas, cuja pré-venda com desconto e frete grátis começa neste dia dos namorados no site da Editora Elefante. O livro tem projeto gráfico de Luciana Facchini e ilustrações de Ariádine Menezes.

O crescente interesse em formatos não convencionais de compartilhar uma vida e ser feliz com alguém (ou alguéns) — e a escassez de referências para além de fóruns de internet — fez com que corrêssemos atrás de bons livros sobre o tema. E encontramos. Ética do amor livre tem sido muito lido e debatido em alguns países mundo afora. E, mais importante: sem a pretensão de esgotar o assunto, a obra tem contribuído para a compreensão do que é e pode ser o amor livre na vida real, para além de preconceitos ou romantizações.

“Alguns acreditam que é impossível ter uma vida assim, se contentam com menos do que gostariam e acabam de certa forma se sentindo solitários e insatisfeitos. Outras pessoas tentam alcançar seus sonhos, mas pressões sociais externas ou seus próprios sentimentos acabam por interromper essa busca”, ponderam as autoras. “No entanto, algumas poucas pessoas persistem e descobrem que amar, ter intimidade e fazer sexo abertamente com muita gente não só é possível como também pode ser recompensador de um jeito que jamais podiam imaginar.”

Janet W. Hardy e Dossie Easton partiram de suas experiências pessoais como adeptas de relações monogâmicas para construir o livro. Como explica uma reportagem da revista Rolling Stone, a ideia de escrever Ética do amor livrepartiu da constatação de que tinham vidas sexuais radicalmente diferentes dos padrões afetivos bombardeados pelo senso comum da televisão — o que, muitas vezes, acarreta frustração e infelicidade. Por isso, se juntaram para colocar no papel suas vivências de mais de quarenta anos como pessoas “promíscuas” — palavra cujo sentido querem disputar.

“Na maior parte do mundo, ‘promíscua’ é uma palavra altamente ofensiva para descrever uma mulher cuja sexualidade é voraz, indiscriminada e infame. É interessante notar que os termos análogos, ‘garanhão’ ou ‘pegador’, usados para descrever homens altamente sexuais, são em geral usados para indicar aprovação e inveja”, comparam as autoras. “Se questionamos a respeito da moral de um homem, provavelmente escutaremos sobre a sua honestidade, lealdade, integridade e princípios elevados. Se perguntamos sobre a moral de uma mulher, é mais provável recebermos informações sobre sua vida sexual. Para nós, isso é um problema.”

De acordo com Janet e Dossie, muito sofrimento poderia ser evitado se, durante a fase de namoro, os casais discutissem a monogamia como uma opção, em vez de assumi-la como padrão — “assim como conversam sobre ter ou não filhos, seguir uma ou duas profissões, ou qualquer outra questão importante que requer uma decisão antes de se prosseguir com o possível compromisso de longo prazo”, escrevem as autoras em um artigo no The New York Times, publicado em 2012. “Monogamia não é uma escolha quando você está proibido de optar por qualquer outro caminho.”

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FICHA TÉCNICA

Ética do amor livre: guia prático para poliamor, relacionamentos abertos e outras liberdades afetivas
Autoras: Janet W. Hardy & Dossie Easton
Tradução: Christiane M. T. Kokubo
Ilustrações: Ariádine Menezes
Capa & projeto gráfico: Luciana Facchini
Edição: Tadeu Breda
Preparação: Paula Carvalho
Lançamento: agosto de 2019
Páginas: ~ 400
Dimensões: 15 x 23 cm

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