Confira os títulos que voltaram para o estoque

Seis livros essenciais voltaram ao estoque da Elefante nesta semana. Títulos que fazem parte da nossa história e do que acreditamos enquanto editora e sujeitos que a constituem. O processo de impressão e reimpressão é contínuo e recorrente na rotina editorial, é claro, mas é sempre uma alegria quando obras que estavam indisponíveis voltam para as prateleiras.

Tudo que é publicado aqui é fruto de um trabalho dedicado de quem crê no que lê e crê na urgência de sua difusão. Acreditamos nos nossos livros e queremos que eles sejam lidos, não só pela sobrevivência da Elefante, mas porque achamos que eles precisam ser lidos, relidos, compartilhados, marcados, repensados, continuados, conversados, criticados e assim vai. Faz parte do que desejamos como comunidade.

E por isso a felicidade com o retorno dessa seleção importantíssima, sobretudo no contexto da semana do Dia da Amazônia (5 de setembro). Acompanhe os títulos que retornam para o estoque e um pouco mais sobre cada um deles:

As fronteiras do neoextrativismo na América Latina
Maristella Svampa

Instigados pelo boom das commodities, governos progressistas na América Latina no início do século XXI enxergaram na intensificação da exploração de bens naturais uma forma eficaz de enfrentar a crise econômica. Como nos mostra a socióloga argentina Maristella Svampa neste livro, a consequente intensificação da espoliação da natureza demandada por esse modo de produção logo fez com que, em nome do “progresso” e do “desenvolvimento nacional”, esses mesmos governos não titubeassem em violar direitos humanos e em pôr em risco patrimônios ecológicos. Saiba mais.

Donos do mercado
Victor Matioli e João Peres

 

Como as redes de supermercados cresceram tanto? Carrefour e Pão de Açúcar formam um duopólio? Como o Estado permitiu que isso acontecesse? Que impactos esse gigantismo traz para os consumidores e fornecedores? E para os quase 200 mil funcionários das duas maiores redes? Essas e outras perguntas ecoaram em nossas cabeças por meses. As respostas estão neste livro-reportagem, que destrincha as estratégias que fizeram dos grupos franceses os donos do mercado. E mostra que o preço mais alto não está nas prateleiras. Saiba mais.

 

Modo de vida imperial
Ulrich Brand e Markus Wissen

 

 

O conceito de modo de vida imperial tenciona compreender melhor a constelação global de poder e dominação que é reproduzida — por meio de inúmeras estratégias, práticas e consequências imprevistas — em todas as escalas espaciais e sociais: dos corpos, mentes e ações cotidianas que atravessam as regiões e as sociedades até as estruturas (invisíveis e invisibilizadas) que propiciam as interações globais, e também reproduzem relações altamente destrutivas entre a sociedade e a natureza, com enormes transferências de material biofísico. Saiba mais.

 

Mulheres de terra e água
Lucila Losito (org.)

Mulheres de terra e água nos apresenta e nos oferece uma série de depoimentos de mulheres de diversas regiões, etnias e matizes — mulheres quilombolas, ribeirinhas, indígenas, ativistas. São parteiras, tecelãs, benzedeiras, cozinheiras, plantadeiras, artesãs, artistas, mestres dos cantos e das danças, senhoras da vida, da cura e da devoção, portadoras de técnicas centenárias de fazeres e labores. Mais velhas e mais novas, mães, filhas, avós. Senhoras do corpo, senhoras do bem, senhoras da voz. Saiba mais.

 

Os donos da terra
Roteiro: Daniela Fernandes Alarcon
Arte: Vitor Flynn Paciornik
Pesquisa: Daniela Fernandes Alarcon & Glicéria Jesus da Silva


Baseado em uma pesquisa antropológica de fôlego, “Os donos da terra” aborda episódios históricos e recentes da luta dos Tupinambá da Serra do Padeiro, no sul da Bahia, pela recuperação dos territórios ancestrais dos quais foram expulsos pelo avanço da colonização — que continua até hoje. O quadrinho revela aspectos da memória, da visão de mundo e da cultura de um povo que, guiado pela sabedoria dos antepassados e dos encantados, e unido por fortes laços comunitários, resistiu ao esbulho territorial e à batalha simbólica que nega sua origem indígena e seus direitos constitucionais. Saiba mais.

Pós-extrativismo e decrescimento
Alberto Acosta e Ulrich Brand

 

 

Como se verá neste livro, o pós-extrativismo surge da resistência centenária dos povos latino-americanos, sobretudo das populações indígenas. Sem ceder a romantismos, os autores veem nos modos de vida tradicionais andinos e amazônicos exemplos de como deter o progresso e o desenvolvimento — que, como sabemos, destroem o meio ambiente, concentram renda e promovem desigualdade. Saiba mais.

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