Neste sábado 25 de fevereiro, a Imperatriz Leopoldinense volta à Marquês de Sapucaí, no centro da capital fluminense, para desfilar como campeã do Carnaval do Rio 2023 e exibir novamente seu samba enredo na Passarela Darcy Ribeiro.

Palco principal dos desfiles das escolas de samba no país, a passarela foi uma ideia do antropólogo, educador e político brasileiro, que teve seu centenário celebrado em 2022. Inaugurada em 1984 como Passarela do Samba, durante o governo de Leonel Brizola (1983-1987), de quem Ribeiro foi vice, a estrutura foi rebatizada com o nome de seu idealizador em 1987 e ficou popularmente conhecida como sambódromo, termo introduzido em nosso léxico também por ele, ao juntar o prefixo samba com o sufixo grego dromo, que significa “lugar para correr”.

Seja por qual nome se prefira chamar, a passarela na Marquês de Sapucaí figura na lista de ideias visionárias que Darcy Ribeiro concretizou em vida, como a Universidade de Brasília (1962), os Centros Integrados de Educação Pública (1983) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (1993), além de uma série de publicações nos campos da antropologia, da etnologia e da educação, além de ensaios e romances.

Sempre movido pela chama da utopia, Ribeiro deixou um potente legado de ideias, reflexões e projetos que ressoam ainda hoje e apontam caminhos para o Brasil. Muitos deles estão reunidos em Os futuros de Darcy Ribeiro de Andrés Kozel e Fabricio Pereira da Silva. Publicado pela Elefante no ano de seu centenário, o livro traz uma criteriosa seleção de textos que formam um panorama de suas visões de futuro.

“O Brasil é já a maior das nações neolatinas, pela magnitude populacional, e começa a sê-lo também por sua criatividade artística e cultural. Precisa agora sê-lo no domínio da tecnologia da futura civilização, para se fazer uma potência econômica, de progresso autossustentado. Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma”, escreveu.

Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros (MG) em 26 de outubro de 1922. Destacou-se como um dos mais brilhantes intelectuais brasileiros. Foi ministro da Educação (1962-1963) e chefe da Casa Civil (1963-1964) durante o governo de João Goulart, derrubado pelo golpe de 1964. No exílio, entre 1964 e 1976, trabalhou como professor universitário em diversos países latino-americanos. Após a abertura, exerceu os cargos de vice-governador do Rio de Janeiro (1983-1986) e de senador da República (1991-1997). Faleceu em Brasília em 17 de fevereiro de 1997.

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